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  • Foto do escritorWilson Nomura

O infinito divino no finito humano


Imagem: formação.cancaonova.com


Para Maomé, Deus foi o seu guia guerreiro e espiritual de sua cruzada religiosa, até o momento em que Ele ficou reduzido a mero papel de coadjuvante, devido à reação de seu discípulo, após o atentado quase fatal em Medina, de onde escapuliu, passando a emitir a ordem de ódio mortal aos seus inimigos: ”Morte aos infiéis”.

Para os judeus, Jesus nunca foi a encarnação de Deus na Terra, por ter surgido pobre e humilde, e não rico e poderoso, segundo seus valores de majestade, honra e nobreza, portanto, reduzindo-se a mais um mero profeta comum, e não ao salvador ressuscitado da humanidade.

Para os cristãos católicos, Jesus sempre foi a palavra de Deus nos cultos religiosos, todavia, inicialmente em versículos e parábolas em latim, incompreensíveis ao fiel leigo, assim distante da posse, da erudição e do domínio da sabedoria divina, restritas aos seus propagadores, discursadores e estudiosos, aos quais, deviam respeito humilde e a doação mantenedora da estrutura religiosa do credo.

Para os cristãos evangélicos, a imagem idólatra de Jesus era dispensável, dando mais valor aos seus ensinamentos, a serem propagados além das paredes, chãos e tetos dos centros religiosos, por meio de estátuas, pinturas e todo o conjunto de objetos relacionados aos rituais de oferenda, homenagem e adoração celestial, preferindo a multiplicação das células originais familiares, expandidas por igrejas iconoclastas.

A herança do fiel muçulmano é o Islamismo de poder temporal e espiritual, onde certos países controlam de maneira radical, exagerada e, por muitas vezes, cruel e machista a mulher, submissa ao marido, ao pai e ao irmão, com muito menos direitos que o crente masculino. Talvez, só encontrem cenário igualitário, quando são enviadas como mulheres-bomba, em atentados suicidas, entretanto, cumprindo deveres e não direitos do credo.

A herança do fiel judeu é o Judaísmo ainda significativamente religioso e rígido sobre os valores morais e divinos, descritos nos três livros religiosos, ainda portadores da fé da vinda do messias, que não evitam a discórdia milenar, bélica e mortal contra os primos palestinos, recusando-lhes a fundação de um Estado próprio, como lhes foi possível, com a criação do Estado de Israel.

A herança do fiel católico é o Cristianismo em pura e célere decadência moral, estrutural e financeira, dado a depravação de alguns de seus ocupantes pedófilos e da proliferação promíscua de certos homossexuais nas hierarquias cristãs, abrigos contra os preconceitos da sociedade hipócrita, abalando os alicerces morais e pecuniários, em virtude da crescente diminuição dos donativos e adeptos inscritos, em virtude dos escândalos públicos mencionados.

A herança para o fiel evangélico é o Cristianismo em pura e célere expansão fiel, estrutural e financeira, dado a aceitação de seus crentes ávidos pelas palavras sábias, profundas e norteadoras da Bíblia popular, geral e democrática, a ser discutida e consumida, por qualquer leigo ou erudito, que se empenhe pelo estudo sério, auxiliado e não ouvido com exclusividade autoritária, pelo pastor unicamente, sem qualquer outra autoridade acima como diácono, presbítero, bispo, arcebispo, primaz, patriarca, cardeal, Papa.

A origem diferenciada das três religiões “abraâmicas”, pelos profetas Jesus e Maomé, determinaram suas ramificações, expansões e condições atuais, seja pelo Estado teocrático muçulmano, seja pelo Estado temporal de Israel, seja pelo Estado político religioso do Vaticano, seja pela ausência de sede ou Estado evangélico.

Aparentemente, quanto mais materializada, estruturada física, política, financeira e teologicamente, a entidade religiosa tende a se perder na representação terrestre do governo celestial, devido ao conflito entre os interesses, necessidades e desejos de seus representantes com os da casa espiritual, que muitas vezes, perde seu lugar de prioridade máxima.

Em geral, os fundos arrecadados vultosos e com freqüência milionários, inclinam-se a serem desviados para fins pessoais particulares, ou para objetivos divinos, mas por meios extremistas, como os ataques terroristas aos fiéis de cunho religioso oposto, ou a qualquer pessoa ou entidade privada ou publica, que critique, caçoe ou denigra, a versão respectiva do verbo de Deus defendido como único e absoluto nos reinos terrestres.

A figura de Jesus varia de um profeta comum, superado pela vida e trajetória fabulosa de Maomé, o verdadeiro messias a salvar e unir o povo islâmico, ainda que ignorante na lei fundamental de “Não matarás”.

O perfil do Jesus supostamente real da Bíblia não combina com o Jesus judaico, postergando, talvez, até o infinito incerto, a salvação negada ao e pelo próprio povo extremamente dominado pela religiosidade, quem sabe, por isso, o mais abençoado por Deus e o mais odiado pelos homens.

O retrato de Jesus nos interiores católicos varia bastante nos traços, nas datas e na riqueza de detalhes e do material confeccionado, tendo o ápice da soberba, da ostentação e da majestosidade, representado pela Capela Sistina, o oposto da simplicidade, humildade, bondade e correção moral e espiritual de seu criador.

A representação de Jesus nos lares e cultos evangélicos só existe em suas ações benévolas, fraternais e transcendentais descritas em versículos abundantes de parábolas de sentido eterno e profundo.

O poder da palavra divina é imensa demais ao ser humano, sem que a desvirtue, a corrompa e a distorça em próprio beneficio, no momento em que pretenda dimensioná-la e aprisioná-la, com fortalezas e castelos de pedras preciosas e ouro, ostentações de sua soberba e vaidade, de quem se escolheu ou teria escolhido por Deus, como porta voz, supostamente, puro e digno de entrar aos reinos dos céus sem senha, com direito de privilégio de furar a fila, somente pela condição de devoto e locutor erudito.

Os fiéis que acreditam neste líder espiritual, por vezes, verdadeiro nos discursos e falso nas ações, correm o risco de viverem cada vez mais distantes da vontade divina, pois acreditam mais na palavra do homem, transformado em deus humano infalível.

O pecado mortal ocorre entre se tentar abarcar o infinito dentro do finito, como a indefectibilidade celestial incorporada na deficiência humana.

Nesta situação, pode se cometer os piores pecados diabólicos, crendo-se praticar as melhores virtudes sobrenaturais.


Wilson Nomura

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