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Mauro Ferreira

Moradores de Prédio no Jd. Dos Altos têm medo de desabamento

A insegurança tira o sono de 20 famílias moradoras de prédio construído pela prefeitura de Barueri.


Fachada do Prédio Bloco 09 – Mirantes dos Altos



Moradores do Bloco 9 do Conjunto Habitacional Mirantes dos Altos, relatam que foram morar no prédio em maio de 2015, e que no final do mesmo ano começaram aparecer os problemas nas estruturas do mesmo. Sentindo tremores, perceberam algumas rachaduras nas paredes e avisaram a secretaria de obras do município à época.


Os engenheiros foram até lá e disseram que o prédio foi construído em cima de uma grande pedra, e que provavelmente ela se movimentava. Com essas reações incomuns na estrutura, disseram aos moradores que poderiam ficar tranquilos, pois haviam reforçado as sapatas do prédio e não teriam motivos para se preocuparem com qualquer perigo de desabamento.

A princípio os moradores ficaram tranquilos, mas com o passar do tempo, os tremores voltaram e ficaram mais fortes, com intervalos de tempo menores entre um e outro. Consequentemente, novas rachaduras apareciam evidenciando os relatos dos tremores.


Uma matéria feita em 2012 pela TV Record mostra o início do problema.





No final de 2018 os moradores passaram a ter a sensação do prédio estar inclinando, e a partir daí que começaram a monitorar com mais atenção.


Os próprios moradores fizeram marcações nas rachaduras e colocaram prumos e níveis nos apartamentos, constatando que havia realmente a inclinação no prédio. Inclinação essa de 11 cm, e que foi reconhecido pelo órgão da prefeitura responsável.



Foto do prédio com marcador de nível



Em um dos tremores eles perceberam nas marcações que fizeram que houve uma pequena movimentação e chamaram a defesa civil.



Foto das marcações das rachaduras



Após os relatos dos moradores e relatórios feitos pela defesa civil, a prefeitura decidiu tirar os moradores do local incluindo-os em um programa de aluguel social enquanto se comprometiam em contratar uma empresa para fazer a análise do solo e verificar a estrutura do prédio.


Segundo os moradores, passaram-se dois anos e não fizeram absolutamente nada, ocasionando durante esse período roubos e destruição por vândalos, deixando o prédio em péssimo estado de conservação.


Após esse tempo, moradores foram até a Secretaria de Habitação e questionaram a demora para resolverem o problema, e na mesma semana iniciaram uma reforma no prédio. Porém fizeram somente reparações sobre a destruição por vândalos devido ao abandono durante o período de reforma em que se encontrava, e não repararam o problema que levou os moradores a evacuar o local.


Quando a reforma estava na etapa final, os moradores foram avisados pela Secretaria de Habitação que logo iriam voltar para o Bloco 9 que já estava quase pronto.


Indignados, os moradores foram até a prefeitura pela segunda vez para tentar falar com o prefeito, já que o Secretário de Habitação sabia do problema e não havia feito nada para responder às suas solicitações. O prefeito não os atendeu e tiveram que esperar até que o Secretário de Habitação chegasse.


Chegando, ele afirmou que o engenheiro da construtora que construiu o prédio fez um laudo e garantiu que o prédio não oferecia risco.


Os moradores disseram que não aceitariam um laudo feito pela própria construtora que construiu o prédio, pois o engenheiro não queria admitir que a torre estava inclinada conforme as observações dos moradores.


O secretário garantiu que seria contratada uma outra empresa para fazer a perícia e oito dias depois já tinham o laudo pronto.


Novamente o secretário marcou uma reunião com os moradores, apresentou o novo laudo técnico, e disse que agora não tinham mais o que questionar, e que teriam que voltar para os seus apartamentos. Quem se recusasse a voltar, iria perder o direito à moradia, com a Secretaria de Habitação dando fim também ao programa de aluguel social, deixando os moradores sem opção e inseguros.


Os moradores continuam indignados porque não foi feito nada na estrutura, e segundo os próprios, a prefeitura está entregando o prédio muito pior do que quando foi deixado por eles à época.


Segundo os moradores, o prédio está com a parte de cima do telhado rachado, sem hidrômetros, pisos dos apartamentos desnivelados devido a inclinação, chegando a uma diferença de mais de 10 centímetros entre um lado e outro de alguns cômodos dos apartamentos com a elevação do piso para corrigir a inclinação do prédio.


Por causa do nivelamento e a quantidade de massa no chão, as janelas ficaram fora do padrão, ficando com apenas 95 cm de altura do chão.


Os canos de esgoto que estavam com vazamento bem próximo do prédio, não foram consertados.




Segundo a síndica Sueli Mello, o engenheiro que assinou o novo laudo não teve acesso às informações sobre a situação atual do prédio deixando-a insegura, pois ela disse que o engenheiro não havia visto, se quer, os relatórios da defesa civil, reforçando e permanecendo o sentimento de insegurança em voltar a morar no local.



Síndica Sueli Mello



Ao final dessa matéria de campo, o engenheiro informou a nossa equipe de reportagem que o secretário estaria a disposição para esclarecimentos.





Mauro Ferreira

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