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Foto do escritorWilson Nomura

A religião unificadora


“Religiões abraâmicas são as religiões monoteístas cuja origem comum é reconhecida em Abraão. Se espalharam, pelo mundo, tendo o judaísmo como a pioneira no século 7 a.C., originando o cristianismo no século 1 d.C., adotado pelo Império Romano no século IV e o islamismo no século VII d.C.


As três têm certas semelhanças. Todas são monoteístas e concebem Deus como uma figura de um criador transcendente e a fonte da lei moral, e as características de suas narrativas sagradas partilham muitos dos mesmos valores, histórias e lugares, embora muitas vezes apresente-os com diferentes funções, perspectivas e significados. Elas também têm muitas diferenças internas com base em detalhes de doutrina e prática. Às vezes e em vários locais as diferentes religiões, e alguns dos ramos dentro da mesma religião básica, têm estado em um conflito amargo com o outro na medida de guerra e derramamento de sangue.


Islamismo

Os muçulmanos crêem que o Alcorão, livro sagrado do Islã Deus (Alá), revelada a Maomé, “o humano mais perfeito da Terra”, o mais recente e último profeta desde Abraão.

O Alcorão não foi estruturado como um livro durante parte da vida de Maomé, que a medida recebia as revelações, ele solicitava que transcrevessem os textos, os quais, após a sua morte em 632 iniciou-se o processo de recolhimento.


Os ensinamentos do Islã englobam muitas das mesmas personagens do judaísmo e do cristianismo, como Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus, Maria (a mãe de Jesus) e João Batista.


Maomé foi um líder religioso, político e militar árabe, que unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um califado que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica.


Judaísmo

A palavra, "judeu" designava os filhos de Judá, filho de Jacó, e posteriormente foi designado aos nascidos na Judeia.

A origem dos judeus é de aproximadamente 2.000 a.C. na Mesopotâmia, quando a destruição de Ur e da Caldeia forçou a população a imigrar para outros lugares. A família de Abraão estava entre aqueles que estavam imigrando para a Assíria.

Cristianismo

O cristianismo se iniciou como uma seita judaica, e como tal da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo é classificada uma religião abraâmica.


Após se originar no Mediterrâneo Oriental, rapidamente se expandiu em abrangência e influência ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião dominante no Império Romano.” (Obs: trechos do Wikipédia).


Embora de origem comum, diferentes profetas, conteúdos e personagens dos livros sagrados entrelaçados entre si, religiões abraâmicas têm se conflitado entre si, sobre o domínio e sobrevivência em seus respectivos territórios originais de influência, credo e poder.


No mundo globalizado, em todos os aspectos econômicos, políticos, sociais e midiáticos, qualquer manifestação afrontosa entre as religiões, provocam reações, das tímidas, moderadas até as mais radicais e violentas, pendendo ao terrorismo real e mortal, efeito colateral do ataque ao Iraque, motivado não pelo governo teocrático, mas pela guerra do petróleo.


O desrespeito à autonomia política, econômica e religiosa do país invadido, causou uma dupla ruptura, tanto no cenário islâmico oriental rachando-se, entre moderados e radicais, entre governos teocráticos ou não, quanto no mundo não islâmico ocidental, dividindo-se entre os reacionários pregadores da morte aos seus inimigos terroristas, aos quais eram clamados de infiéis por estes, quanto aos crentes de tolerância apaziguadora.


O choque cultural, religioso, militar e bélico bilateral entre ocidente e oriente, ignorou, desprezou e esqueceu todas as contribuições do povo árabe, sem qualquer tipo de distinção de qualquer gênero, no Mundo Literário, das Artes, da Arquitetura, Matemática, Física, Química, a Medicina, Culinária, Astronomia e Alquimia, por séculos seguidos.


A sabedoria do Alcorão, entretanto, esconde-se dentro das quatro paredes de lares e mesquitas, perseguida, odiada e ilegalizada pelo governo e povo que o acolheu antes democraticamente.

As religiões transformaram-se, de maneira geral, em franquias da fé, em que o produto principal e mais evidente, pode não ser o mais lucrativo, como o caso de uma franquia de sanduíche, que fatura mais com os imóveis dos restaurantes, alugados e construídos por eles mesmos.


Não há nada de errado no comércio de material áudio visual e livros temáticos, desde que não se venda relíquias falsas santificadas, contaminando o propósito espiritual e a necessidade financeira da religião.


No mundo material terráqueo, a mensagem profética e messiânica não prescinde dos meios mais eficientes e tecnológicos, para a expansão da palavra divina.

Nada, todavia, substitui a eficiência e alcance de seu conteúdo precioso, inestimável e sábio, para angariar a fé sincera das almas, obtida pelo conhecimento e sabedoria da literatura transcendental.


Neste sentido, religiões praticadas em governos teocráticos, possuem capacidade maior de difundir os textos eruditos, à sua população, sem liberdade de culto. O judaísmo era praticado pelo mundo todo, sem um governo protetor, pois o estado judaico só foi criado em 1948. Já o Cristianismo, só ficou sob a tutela governamental, paradoxalmente, após a adoção por Roma, antigo inimigo do povo judeu.


A estrutura hierárquica da igreja, sob o objetivo de centralizar e tornar homogêneo, os dogmas, ensinamentos e diretrizes, que estejam além ou nas entrelinhas das escrituras, pode ao mesmo tempo, se desestruturar na própria natureza corruptível, inerente até ao mais santo homem, como era referido Maomé, quanto mais, quando é burocratizado pelas leis governamentais, perdendo-se o cerne e o intuito de se obter e difundir a sabedoria etérea.


Ocorre em muitos templos de todos os credos, o esvaziamento sábio, concomitante ao preenchimento erudito excessivo, proliferando-se os pregadores bons de palavra e ruins do cumprimento da mesma.


Assim, a fé, sob qualquer livro sagrado, tem preenchido os lugares de oração, sem preencher o coração do fiel, pregador ou ouvinte.


A título de exemplo, retirado da lista mencionada das ciências distribuídas, compartilhadas e preservadas internacionalmente, com benefícios comuns a todos, a fé torna-se instrumento de poder religioso, político, social e econômico, na medida em que deve manter e suportar toda a estrutura física, material e empregatícia de obrigações e privilégios, sem o qual não sobreviveria aqui na Terra, mesmo que sua palavra continue viva por séculos.


Apesar de tudo isso, deveria ser possível, talvez, apenas por um milagre genérico, o nascimento de uma fé universal, agregando, filtrando,coletando e dimensionando as características principais das religiões abraâmicas, atendendo-se, dessa maneira, a todos os gostos, necessidades, pontos de vista e posições teológicas sobre Deus, retratadas pelo quadro tridimensional das três religiões discutidas, na verdade, três faces do mesmo Deus, com uma nova santíssima trindade.


Pois a humanidade não entendeu a complementaridade da tripla religião abraâmica, para ser adorada em seu conjunto, por mais contraditório que aparente ser, pois são visões do mesmo Deus, em ângulos, perspectivas e distanciamentos distintos, extinguindo qualquer conflito, desacordo e querela sobre qual é a mais verdadeira, sábia e portadora da fé real.

Mais uma vez, a crença humana desdém a divina, privilegiando sua capacidade limitada.


Talvez, os judeus estejam cometendo idêntico erro, ao negar a vinda de Jesus Cristo, pobre, humilde e simples, misto de deus e homem, ao contrário da visão deles. O verdadeiro é substituído pelo mito, esperado até hoje, por mais de três mil anos, nos calendários dos crentes descrentes.

Em que acreditar, no personagem real ou nos textos sagrados, que, entrementes inspirados por Deus, foram escritos por mãos e mentes humanas, sujeitos a interpretações errôneas, limitadas e tendenciosas, gerando textos adulterados com o tempo, pela “traição” de tradutores, seguindo o ditado italiano: “traduttore, traditore” (tradução, traição) sob a influência das culturas a que estão submetidos?


“O que dizer da Bíblia, escrita por cerca de 40 autores, entre 1500 AEC e 450 AEC (livros do Antigo Testamento) e entre 45 EC e 90 EC (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1 600 anos?”


O conteúdo santo dos livros não impede a interpretação profana humana.

Em resumo, tudo se traduz em fé, não importando a religião, o texto sagrado em que se baseia, o profeta ou santo que o divulgou, o tipo de conhecimento espalhado e o nível de sabedoria transmitida.


Deus forneceu várias opções de salvação, cabendo ao homem qual escolher, para ser salvo, procurando, todavia, o meio mais curto e fácil, através dos ritos, imitando os gestos e atitudes de seus profetas/santos, procurando encher seu coração do mesmo sentimento que moveu os músculos do inspirador, na ilusão de se santificar.


Isto explica a profusão de ritos comuns a todos os credos, eficientes ou não, traiçoeiros pela perdição de seus conteúdos, quando executados com o orgulho da superficial ou falsa iluminação espiritual.


Afinal, conhecimento não é sabedoria, e sabedoria não é fé. Até mesmo o diabo sabe de cor as escrituras, para conhecer as armas do seu inimigo e as fraquezas do seu servo.

Quando a base tripla da personalidade do profeta/messias é firme, acontece o milagre da disseminação da crença, arregimentando multidões, sem se importar com as distâncias e o tempo necessários, como houve na união das tribos árabes, judaicas e cristãs, para seus respectivos destinos.


O mundo clama por um novo salvador, que consolide uma fé universal e única, unindo a raça humana, acima das barreiras nacionais, raciais, políticas e materiais.

Somente desta maneira, haverá paz, amor e felicidade planetária.


Wilson Nomura

Referências do texto: Wikipedia

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