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A ciência e a verdade. Em plena era da comunicação, transmitida globalmente, à velocidade...


Imagem: Outras Palavras


Em plena era da comunicação, transmitida globalmente,à velocidade de bits digitais, entre satélites, TVs, rádios, dispositivos portáteis, veículos, drones, eletrodomésticos, robots, videogames, celulares e computadores, a informação, pela facilidade de geração, alteração e extinção, nunca foi tão distorcida, falsificada e corrompida, perdendo o lastro da veracidade, anteriormente, ainda que menos imperfeita e tendenciosa, das mídias impressas de jornais, livros e revistas, mais lentas e menos copiáveis, materializando pela sua própria natureza física de papel, a prova irrefutável das manchetes, colunas e verbetes, do que foi escrito,dito e repetido, testemunhas da realidade documentada.

Hoje, o excesso da oferta noticiosa, gerando uma quantidade absurda, ininterrupta e instantânea, de dados a serem digeridos, consumidos e replicados, desvaloriza o seu conteúdo, de tão genérico, fácil, comum e vulgar em que se tornou, vomitado pela procura incapaz de administrar a própria gula informativa, sendo obrigado a selecionar o que mais lhe apetece, interessa e necessita, segundo valores, crenças, preconceitos e objetivos pessoais, sociais e financeiros.

Todavia, a vulgarização prostituída da mídia digital, pelos interesses políticos, ideológicos e pecuniários, gerando fake-news constantes, torna, muitas vezes, praticamente impossível de se discernir o falso do verdadeiro, devido à fragilização da verdade, cujos fatos agora questionáveis, ficam obsoletos nas discussões correspondentes, resumindo-se, no final, em debates exclusivamente de opiniões, sem fundamento real.

O resultado de tudo isso é a criação sem freio de grupos sociais antagonistas entre si, pelo ódio e amor incontrolados, na medida em que a razão conciliadora sobre fatos verídicos desapareceram, órfão de sua fonte inspiradora.


A globalização comercial, financeira e midiática, provocou paradoxalmente um sectarismo profundo, abrangente e radical, num grau nunca visto antes, nas áreas primordiais do conhecimento humano, como religião, política, e economia, transformando suas bases conceituais em verdades relativas ou mentiras absolutas, escurecendo o caminho da realidade virtual e presencial, a destacar o da ciência, pretérita baluarte da lógica infalível, agora relativizada pelos interesses politiqueiros dos grupos dominantes, a favorecer os apoiadores e perseguir os inimigos, prejudicando a população mundial, por exemplo, o negacionismo da pandemia.

Deste modo, além das armas físicas e reais armamentistas, a aplicação ou não do conhecimento cientifico, torna-se uma arma em si mesma, pela administração estratégica da vacina, abundante nos países ricos e escasso nos pobres, onde se cria as variantes democráticas a todas classes, provando a moral imparcial da natureza, que brinda a fraternidade e castiga o egoísmo das nações.

A ciência, tão maculada quanto à verdade, oferece suas duas faces políticas inimigas, a salvadora, e a condenadora, dependendo de quem a manipula e a quem é aplicada, num círculo vicioso, pois gerou a banalização informativa da verdade relativa, que condicionou ela mesma, de acordo com as circunstâncias.



Wilson Nomura

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